A crescente demanda por segurança operacional, controle ambiental e eficiência econômica no setor de óleo e gás impulsionou o desenvolvimento e aplicação de tecnologias voltadas à contenção de emissões evaporativas em tanques de armazenamento. Entre essas tecnologias, o Teto Flutuante Interno (TFI), também conhecido como selo flutuante, se destaca como uma solução consolidada e tecnicamente robusta. Sua principal função é reduzir significativamente o espaço de vapor entre o líquido armazenado e o teto fixo do tanque, atuando diretamente na mitigação da emissão de compostos orgânicos voláteis (COVs), na contenção de perdas de produto e na prevenção da formação de atmosferas explosivas.
A estrutura do TFI é projetada para flutuar sobre a superfície do produto armazenado, acompanhando seu nível conforme ocorrem as operações de enchimento e esvaziamento do tanque. Essa solução opera em pressão atmosférica, o que reduz a solicitação estrutural sobre o tanque, especialmente em instalações antigas. Sua eficiência está diretamente relacionada à forma como é construído o deck flutuante e ao tipo de vedação periférica adotada.
Tipos de Teto Flutuante Interno
Do ponto de vista construtivo, dois modelos principais de TFI são amplamente utilizados: o deck tipo pontão e o deck tipo full contact. O modelo pontão utiliza flutuadores para manter a estrutura acima do líquido, já o modelo full contact se destaca por eliminar completamente o espaço de vapor entre o deck e o produto, garantindo contato direto com o líquido. Construído em painéis modulares ou em chapas, esse tipo de TFI reduz drasticamente as perdas por evaporação, sendo altamente recomendado para aplicações que exigem elevado desempenho ambiental e operacional.
Tipos de vedação periférica
A vedação entre o TFI e a parede interna do tanque é um componente crítico, responsável por evitar a passagem de vapores e garantir a estanqueidade do sistema. Três configurações de vedação periférica são utilizadas no mercado, cada uma com características próprias.
- Vedação montada sobre o vapor
Consiste em um anel flexível que flutua no espaço de vapor, mantendo contato com o costado do tanque, podendo ser simples ou dupla. Essa configuração permite maiores emissões, apresenta baixa eficiência e não atende à regulamentação mais recente, como a EPA Subparte Kc, que proíbe sua aplicação.
- Vedação montada sobre o líquido
É composta por um anel submerso parcialmente no produto armazenado, também podendo ser simples ou dupla, utilizando o próprio líquido como elemento de selagem. Essa vedação garante melhor contenção de vapores.
- Vedação do tipo sapata mecânica
Utiliza um conjunto metálico que desliza em contato direto com o costado do tanque, sendo conectada ao deck por braços articulados. Entre a sapata e a estrutura do deck, é instalada uma membrana flexível que impede a passagem de vapores. Essa vedação é especialmente recomendada pelo seu custo benefício, onde possui baixo valor de aquisição e grande eficiência.
Qual o modelo mais recomendado?
Regulamentações internacionais, como a EPA 40 CFR 60 Subparte Kc, estabelecem critérios rigorosos para a aplicação de TFIs em tanques de líquidos orgânicos voláteis. De acordo com essas normas, o sistema de vedação deve ser duplo e contínuo, com preferência por configurações montadas sobre o líquido ou com sapata mecânica. O objetivo é eliminar pontos de fuga e garantir que as emissões estejam dentro dos limites permitidos. No Brasil, embora a regulamentação seja menos específica quanto ao tipo de vedação, recomenda-se o alinhamento com as diretrizes internacionais, antecipando eventuais atualizações legais e demonstrando compromisso com as melhores práticas ambientais e de segurança.
A escolha do tipo de TFI e da vedação deve considerar variáveis operacionais, tipo de fluido armazenado, ambiente externo e exigências regulatórias. A aplicação de TFIs tipo pontão com vedação do tipo sapata mecânica representa a solução mais eficiente com elevado custo benefício, além de ser indicado para empresas que buscam minimizar impactos ambientais, garantir segurança nas operações e atender exigências normativas internacionais. Além dos benefícios, o uso do TFI proporciona retorno financeiro significativo, com payback entre um e três anos e menor necessidade de dispositivos complementares como válvulas de alívio.
Dessa forma, ao adotar um sistema de teto flutuante interno de alta performance, as empresas não apenas otimizam suas operações, como também assumem uma postura proativa diante das demandas por sustentabilidade, responsabilidade social e segurança industrial. Essa decisão fortalece o posicionamento institucional, contribui para a reputação corporativa e alinha a operação às diretrizes de ESG, fator cada vez mais valorizado por investidores, sociedade e órgãos reguladores.
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