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QUAIS ENSAIOS E DOCUMENTOS DEVEM SER EXIGIDOS DOS FORNECEDORES DE VÁLVULAS PARA TANQUES EM CONFORMIDADE COM A NORMAM 202?

A correta especificação e certificação das válvulas de alívio de pressão e vácuo com corta-chamas (VAPV/CC) é essencial para a segurança operacional das embarcações. Esses dispositivos desempenham um papel crítico no controle de pressão interna dos tanques, garantindo que a integridade estrutural seja preservada e evitando riscos como explosões, colapsos por vácuo ou a propagação de chamas.

A NORMAM 202, estabelecida pela Autoridade Marítima Brasileira, determina que as VAPV/CC devem ser dimensionadas conforme a ISO 28300, certificadas de acordo com a ABNT NBR ISO 16852, e submetidas a ensaios periódicos de calibração e estanqueidade a cada 24 meses.

No entanto, muitas dúvidas surgem quanto aos ensaios exigidos e quais documentos devem ser solicitados aos fornecedores para garantir a conformidade dos equipamentos. Abaixo, detalhamos os principais requisitos técnicos, testes e certificações necessárias para essas válvulas.

1. Ensaios de Vazão: Garantia de capacidade operacional

A ISO 28300 estabelece critérios para dimensionamento e vazão requerida para alívio de pressão e vácuo do processo. O ensaio de vazão têm como objetivo verificar se a válvula é capaz de liberar a vazão necessária quando acionada, evitando danos estruturais ao tanque.

Critérios técnicos do ensaio de vazão:

O equipamento deve ser testado para diferentes condições operacionais, garantindo que atenda à vazão mínima especificada sem comprometer a segurança do tanque.

O que solicitar ao fornecedor?

Curva de vazão certificada por uma terceira parte: esse documento comprova que a válvula atende aos requisitos estabelecidos e possui capacidade real de aliviar a vazão requerida conforme projetado.

Riscos da não conformidade

Caso a válvula tenha uma capacidade inferior à necessária, o tanque poderá sofrer explosão devido à sobrepressão ou colapso estrutural por vácuo excessivo.

2. Ensaios de proteção contra fogo externo (deflagração e detonação)

As válvulas de alívio de pressão e vácuo com corta-chamas também precisam garantir proteção contra incêndios externos e explosões. Para isso, devem ser testadas conforme a ABNT NBR ISO 16852, que estabelece critérios rigorosos para validação da eficiência do corta-chamas.

Tipos de ensaios exigidos

Deflagração: Avaliação da capacidade do corta-chamas de interromper a propagação de chamas em atmosferas inflamáveis em velocidades subsônicas.

Detonação: Interromper a propagação de chamas e atestar a resistência do equipamento contra ondas de choque de explosões supersônicas.

O que solicitar ao fornecedor?

· Certificado de ensaio de deflagração e detonação emitido por terceira parte, atestando que o equipamento protege o tanque contra incêndios externos.

· Declaração de conformidade com a ISO 16852, garantindo que o equipamento foi testado em condições reais de operação.

Atenção ao conjunto montado

De acordo com a ISO 16852, os testes devem ser realizados no conjunto montado, ou seja, na válvula já integrada ao corta-chamas. Caso os componentes sejam acoplados separadamente, o fornecedor deve apresentar ensaios de deflagração e detonação realizados na configuração final do equipamento.

3. Ensaios de calibração e estanqueidade: conformidade periódica

A precisão na calibração e a vedação adequada são fundamentais para garantir que a válvula opere corretamente dentro dos parâmetros especificados. Para isso, a ISO 28300 estabelece diretrizes para ensaios de calibração e estanqueidade, que devem ser realizados tanto no momento da fabricação quanto periodicamente a cada 24 meses.

Objetivos dos ensaios

Calibração: Verifica se a válvula será acionada no “set de pressão” correto, garantindo que não ocorra abertura precoce ou posterior ao projetado.

Estanqueidade: Avalia se a válvula mantém a vedação adequada, evitando vazamentos de vapores inflamáveis.

O que solicitar ao fornecedor?

· Relatório de ensaio de calibração e estanqueidade conforme ISO 28300.

· Certificado de recalibração atualizado, exigido a cada 24 meses.

Requisitos da NORMAM 202 para recalibração

A norma determina que a recalibração seja realizada por empresa credenciada na Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios (RBLE) ou fabricante do equipamento, desde que possua certificação de tipo (Type Approval Certificate) emitida por uma terceira parte.

Consequências da falta de calibração

Se a válvula estiver fora dos padrões de calibração, ela pode:

· Abrir antecipadamente, resultando na liberação excessiva de vapores e desperdício de produto.

· Abrir posteriormente, aumentando o risco de sobrepressão e comprometendo a integridade do tanque.

· Apresentar falhas de vedação, permitindo vazamentos de vapores inflamáveis, o que representa risco de incêndio e contaminação ambiental.

Como garantir a conformidade?

A adequação das válvulas de alívio de pressão e vácuo com corta-chamas aos requisitos da NORMAM 202, ISO 28300 e ISO 16852 é indispensável para assegurar segurança operacional, conformidade regulatória e proteção do meio ambiente.

Checklist: documentos essenciais a solicitar

✔ Curva de vazão certificada por terceira parte (ISO 28300).

✔ Certificado de ensaio de deflagração e detonação (ISO 16852).

✔ Relatório de calibração e estanqueidade (ISO 28300).

✔ Certificado de recalibração atualizado (máximo 24 meses), emitido por laboratório RBLE ou fabricante com certificação de tipo (Type Approval).

A falta de qualquer um desses documentos pode comprometer a aprovação do equipamento em inspeções regulatórias e aumentar significativamente os riscos operacionais.

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